A relação entre fé e ciência não é antagônica e deve ser tratada como conceito complementar para que a humanidade possa caminhar em paz. Para reforçar essa informação, o UniSALESIANO promoveu um debate sobre o assunto com dois importantes profissionais de renome, o professor João Edênio Reis Valle, doutor em pedagogia pelo Instituto de Psicologia da Pontifícia Università Salesiana de Roma (Itália), e o professor Marcial Maçaneiro, doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, também em Roma.

As palestras ocorreram durante a abertura da 1ª Conferência de Ciência e Religião – Do Diálogo ao Distanciamento, no UniSALESIANO de Lins, no dia 2 de outubro. Junto com a conferência, a instituição realizou o 6º Encontro Científico e Simpósio de Educação, que aconteceu até o dia 6 de outubro.

Edênio, que é professor associado de Psicologia da Religião no Programa de Pós-graduação de Ciência da Religião da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, citou os conceitos de religião e ciência nos tempos de Newton e Galileu, que eram bem diferentes dos de hoje. “Houve um longo processo de secularização que atingiu toda a sociedade, também a universidade, em todos os países do mundo”, disse ele, ao frisar que a secularização é a grande linha da cabeça e do coração de muitos, inclusive dos padres.

Edênio, que é professor associado de Psicologia da Religião no Programa de Pós-graduação de Ciência da Religião da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, citou os conceitos de religião e ciência nos tempos de Newton e Galileu, que eram bem diferentes dos de hoje. “Houve um longo processo de secularização que atingiu toda a sociedade, também a universidade, em todos os países do mundo”, disse ele, ao frisar que a secularização é a grande linha da cabeça e do coração de muitos, inclusive dos padres.

“Deus é transcendente e a psicologia não tem como investigar a transcendência de Deus, não faz parte do seu campo. Ela pode estudar quais sentimentos os seres humanos têm no século 21 em relação a Deus sim e Deus não. Mas não entrar na questão se Deus existe ou Deus não existe. Não há possibilidade”, ressaltou.

Por sua vez, Pe. Marcial lembrou que este tema está sendo bastante abordado em várias universidades do país pelo fato de que uma geração de cientistas e de crentes está fazendo a escolha pelo diálogo entre ciência e religião. O teólogo afirmou que ambas não se definem de modo autoreferido, pois um cientista que só enxerga laboratório e não a humanidade, não será um bom cientista, seja crente ou não crente; e um homem ou mulher que são religiosos e que se consideram tal, que definem a sua religião ou espiritualidade também de modo autoreferido, é um doente.

Marcial entende que crer em Deus não significa necessariamente negar a humanidade do conhecimento da ciência, do direito. E do lado das ciências, existem as hermenêuticas, que são aquelas que ajudam a interpretar como o ser humano ocupa o tempo e espaço nesse planeta.

Do lado da ciência, o conceito é para que o discurso seja crível, pois ganha-se métodos, honestidade intelectual, crítica histórico-científica. Além da semiótica que, sem tais instrumentos científicos, a própria religião não se entenderia.

Nesse sentido, Marcial afirma que há uma possibilidade de reconstrução do conceito de ciência e de religião de modo que dialoguem, fazendo revisão da história dessas duas manifestações e lembrando que o ser humano é ponto de referência, é campo de encontro. “E não aceitar um mito da arrogância, que é colocar um só e achar que isso só se afirma cancelando os outros tipos”, concluiu.

As explicações dos dois profissionais de renome sobre o tema da conferência foram acompanhadas por centenas de pessoas, dentre elas, alunos, professores, coordenadores, autoridades políticas e religiosas de Lins e também de Araçatuba.

 

CORO

A recepção do público foi feita por meio da apresentação do Coro Sinfônico de Lins, integrante da Orquestra Sinfônica Jovem de Lins. Houve também momento de oração realizado pela Pastoral Universitária de Lins e Araçatuba, seguido do Hino Nacional.

A mesa diretora foi composta pelas seguintes autoridades: Pe. Gildásio Mendes – Chanceler Unisalesiano e Presidente da Missão Salesiana de Mato Grosso, Pe. Luigi Favero – Reitor do Unisalesiano, Pe. Giulio Boffi – Diretor da presença Salesiana de Lins, Pró-reitor Administrativo e Vice-reitor do Unisalesiano, Profº. André Ornellas – Pró-reitor Acadêmico, Profª. Heloísa Rovery da Silva – Pró-reitora de Pesquisa, Extensão e Ação Comunitária e Pe. Ademir Oliveira – Pró-reitor de Pastoral.

A Conferência teve por objetivo promover, articular e dinamizar o diálogo entre ciência e religião nas diversas áreas de conhecimento presentes na universidade, visando oferecer ao público acadêmico e à sociedade reflexão sobre limites, possibilidades e disparidades entre fé e razão.