Mais de 50 profissionais de saúde de sete hospitais da região de Araçatuba participaram do treinamento oferecido pelo Hospital de Base, no UniSALESIANO, intitulado “Comunicação em Situações Críticas e de Determinação em Morte Encefálica (CDME)”.
O evento, que foi realizado nos dias 4 e 5 de maio, teve por objetivo aumentar o número de famílias que consentem a doação de órgãos de seus entes falecidos.
A abertura da capacitação foi feita pelo Coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO), do Hospital de Base de Rio Preto, Dr. João Fernando Picollo de Oliveira. Segundo ele, a capacitação desses profissionais impacta positivamente no número de doações de órgãos. “O curso proporciona aos participantes habilidades técnicas, éticas e jurídicas necessárias para conduzir o diagnóstico de morte encefálica, além de abordar questões como a comunicação de más notícias e o processo de solicitação de doação de órgãos”, comentou.
O conteúdo teórico e prático foi abordado pelo Coordenador da Central de Transplantes de Santa Catarina, Joel de Andrade, que ressaltou os desafios enfrentados nesse processo e a importância de educar os profissionais de saúde sobre como lidar com situações delicadas como essa.
“Esse treinamento teve por objetivo central o desenvolvimento da comunicação, e da comunicação empática. Nele, foi possível ensinar os profissionais de saúde, duas questões: como entender a família, como entender o que a família está dizendo com cada palavra, com cada gesto e depois como se fazer entender pela família”, explicou.
No Brasil, segundo Andrade, que é médico intensivista, existe muita confusão com essa questão, já que muitas famílias são entrevistadas enquanto acreditam que o seu familiar ainda está vivo e isso, obviamente, resulta em não autorização. “O maior desafio é realizar os programas de educação, ou seja, é desenvolver essas atividades, tirar o profissional um dia da sua rotina de trabalho para discutir um tema que é tão delicado, sensível, importante, mas que precisa ser discutido”, disse Dr. Joel.
Atualmente, a taxa de autorização das famílias para doação de órgãos é de 55% no Brasil, enquanto na região de Rio Preto esse número chega a 75%, demonstrando os impactos positivos das iniciativas de capacitação e conscientização. O Brasil, reconhecido mundialmente pela excelência em doação e transplantes de órgãos, realiza a maioria desses procedimentos de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).