O médico neurologista, Dr. Hélio Hiller, proferiu palestra para acadêmicos do 6º termo do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium –UniSALESIANO de Araçatuba. A exposição foi feita sobre o tema Epilepsias, em atividade prevista na programação de eventos da disciplina de Fundamentos e Clínica em Neurologia I, que tem como docente titular a professora Maria Solange Magnani. A palestra foi desenvolvida no dia 23 de novembro.

Hiller iniciou a palestra com uma breve revisão sobre neuroanatomia, pois segundo ele os quadros das epilepsias estão diretamente relacionados à topografia encefálica. O médico definiu a crise epiléptica como “resultado de uma descarga elétrica anormal excessiva, súbita e geralmente rápida de um grupo de neurônios, que pode estar localizado em qualquer uma das regiões do cérebro, e as manifestações clínicas decorrentes das áreas referentes às descargas, que poderão se propagar para áreas vizinhas, manifestando-se de diferentes formas”. Ele ressaltou a importância do relato de uma crise pelo paciente, porque é onde a descarga ocorre, exemplificando as luzes no lobo occipital, os movimentos proeminentes dos membros inferiores no lobo frontal e as sensações epigástricas, gustativas, “devà-vu”, “jamais vu”, automatismo oro alimentar e postura distônica da mão no lobo temporal.

Hiller comentou também a ocorrência de alucinações visuais complexas e a confusão pós-ictal proeminente, em que o indivíduo não chega a perder a consciência. Em seguida, apresentou eletroencefalogramas de pacientes com síndromes de difícil controle, que levam à perda da consciência, deficiência mental, distúrbios do movimento, alterações sensitivas ou sensoriais, vegetativas e comportamentais.

Outro ponto da exposição do médico que chamou a atenção dos acadêmicos foi quando ele discorreu sobre a classificação das epilepsias, salientando que estas podem ser rápidas e passarem até despercebidas, mas que são graves e necessitam de pronto atendimento, e as que constituem urgência neurológica, como o “estado de mal epiléptico”, principalmente em crianças.

Hélio Hiller observou que nem todas as pessoas que apresentam convulsões são epilépticas, comentando os aspectos psicossociais do paciente acometido deste mal.“Uma pessoa nestas condições não é menos competente do que outras, mas tem dificuldade para conseguir emprego e tende a migrar para cargos e funções mais simples ou até permanecer dependente da previdência social”, destacou.

Encerrou a palestra concluindo que a epilepsia é uma enfermidade crônica com manifestações complexas e gravidade variável, que provoca conflitos pessoais e sociais que se refletem na qualidade de vida e no relacionamento interpessoal e profissional. Porém, lembrou que há cura para a doença, obtida por meio de medicamentos ou, em alguns casos, via cirurgia.

Os dados da palestra foram ilustrados com slides e vídeos de estudo de caso de pacientes. Após a conclusão de sua exposição, o Dr. Hélio Hiller abriu espaço para perguntas e esclarecimentos sobre a doença.