O docente dos Cursos de Engenharias do UniSALESIANO, Edval Rodrigues Viveiros, possui um currículo vasto em relação a experimentos tecnológicos e sempre busca colaborar com inovações desenvolvidas por brasileiros e também estrangeiros.

Dessa vez, a colaboração de Viveiros será com uma pesquisa de pós-doutorado na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), de autoria do biólogo e pesquisador, Christian Ferreira.

O objetivo do trabalho é avaliar os efeitos da microgravidade em células cancerígenas, tendo como título “Da estufa ao espaço: possíveis efeitos da microgravidade simulada e gravidade estratosférica terrestre sobre a biogênese do câncer de mama – Processos bioquímicos e moleculares associados à hipóxia de altitude e malignidade”.

“Para isso, será necessária a construção do ‘biorreator’, que já orientei em projetos de Iniciação Científica do UniSALESIANO e TCCs. E, para a nossa alegria, o orçamento para construção do equipamento foi aprovado pela FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro)”, explicou o docente.

Além de Viveiros, os professores do UniSALESIANO: Eliane Cervelatti e Fausto de Souza, dos cursos da área da Saúde, irão colaborar com o desenvolvimento do biorreator e participarão de pesquisa biológica e farmacológica em parceria com a equipe do pesquisador Christian. “Também convidei os acadêmicos Emanuel Soares da Silva (Engenharia Mecânica) e Letícia Rayssa Baraúna da Silva (Farmácia).”

Viveiros comemora a oportunidade de poder participar de uma pesquisa em altíssimo nível, especificamente, nas áreas biológica/médica/farmacológica. “Destaco que esse tipo de pesquisa é realizado com grande ênfase pela NASA”, completou.

JOVEM PESQUISAD0R FLUMINENSE

O pesquisador Christian Ferreira disse que procurou o docente do UniSALESIANO por conta da experiência e do conhecimento teórico\prático na criação do aparelho Clinostat 3D, que é o biorreator. “O professor Edval tem um papel fundamental na criação do aparelho que irá nos permitir, em ambiente controlado, realizar simulações de microgravidade nas nossas células, simulando a atmosfera de marte ou da lua”, explicou Ferreira, que lembrou também da iniciativa da FAPERJ em apoiar o programa Jovem Pesquisador Fluminense, que visa à criação de projetos inovadores.

De acordo com o pesquisador, após a concretização do aparelho, serão realizados os ensaios com as células normais de mama e células de câncer de mama sensíveis e agressivas, com o intuito de investigar se esse microambiente simulado pode interferir na sua biogênese. “Ou seja, como que a microgravidade simulada interfere no crescimento e desenvolvimento das nossas células a níveis bioquímicos e moleculares”, completou.

SEGUNDA FASE

A segunda parte do trabalho que envolve o docente do UniSALESIANO será feita em colaboração com o Prof. Fabio Rodrigues, da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (EESC-USP).

Segundo Ferreira, serão enviadas as células para a estratosfera terrestre a fim de avaliar os mesmos marcadores bioquímicos e moleculares e compará-los com os resultados obtidos no aparelho Clinostat 3D. “Além disso, pretendemos identificar possíveis tratamentos farmacológicos, a partir de fitoquímicos, que já são estudados pelo grupo, com potencial atividade em inibir esses processos de malignidade e metástase das células submetidas à microgravidade simulada e a gravidade estratosférica terrestre”, afirmou.

O projeto será desenvolvido no Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), da UFRJ, sendo a equipe composta por Christian Ferreira, pelas professoras Eliane Fialho e Denise Bouts, o doutorando Carlos Luan Alves Passos e a estudante Nathália Alexa, todos do Laboratório de Alimentos Funcionais (LABAFs).