Uma pesquisa realizada pela ex-aluna do curso de Nutrição do UniSALESIANO, Fabiana de Aro, e pela docente do curso, Daniela Navarro D’Almeida Bernardo, mostrou um aumento no nível de estresse dos participantes durante o isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus. No entanto, isso não refletiu no consumo desenfreado dos alimentos.
De acordo com Fabiana, o objetivo da pesquisa foi compreender a influência do distanciamento social no comportamento alimentar e os mecanismos compensatórios desenvolvidos em situação de estresse.
Entre os dias 1º e 31 de julho, 418 pessoas da região de Araçatuba e da capital paulista responderam o questionário virtual, com 41 questões de múltipla escolha. A maioria na faixa de 41 a 60 anos, casada e com mais de três pessoas na mesma casa. Do total, 70% não apresentam doenças crônicas e apenas 1,7% teve resultado positivo para a Covid-19.
Antes da pandemia, a maioria relatou apresentar um médio grau de estresse, com pontuação 5. Após a pandemia, subiu para 8 a 10, mostrando, portanto, um índice de estresse excessivamente alto durante o isolamento social. Já em relação à alimentação, grande parte dos pesquisados respondeu fazer as refeições em casa antes e durante a pandemia, com qualidade e boa frequência de ingestão de frutas, verduras, legumes e alimentos proteicos.
“Um resultado bastante positivo também foi a questão dos aspectos emocionais versus o alimento. A maioria não apresentou compulsão alimentar periódica. Portanto, mesmo com o grau de estresse da população estudada, não foi compensado na forma alimentar”, explicou Fabiana.
Em relação ao estresse, a docente Daniela ressaltou ser de extrema importância o auxílio de terapias para acompanhamento dos aspectos psicológicos, já que, como o estresse não está sendo compensado e transpassado na forma de compulsão alimentar, pode ser extravasado no âmbito familiar ou com o “eu interior”, acarretando doenças psicossomáticas ao longo da vida, diminuindo a qualidade e expectativa de vida desta população.
“Diante desse cenário, a importância de compreender e identificar as consequências do distanciamento social no comportamento alimentar e psicológico, e pesquisar estratégias de enfrentamento para o ‘comer emocional’ e o autocontrole emocional e psicológico, podem ser grandes aliados na promoção da saúde desta população”, definiu Daniela.
A nutricionista Fabiana de Aro, formada no UniSALESIANO em 2015, possui uma clínica particular em Araçatuba e é membro da Equipe Interdisciplinar no Núcleo de Atenção à Saúde, da Unimed Araçatuba. Para realizar o trabalho de pesquisa, Fabiana e Daniela tiveram o apoio da docente do UniSALESIANO, Bruna Méris Grigoleto da Silveira, e da acadêmica Bianca Vogel Pereira, ambas do curso de Nutrição do UniSALESIANO.