O Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO de Araçatuba promoveu nesta terça-feira, às 20 horas, o lançamento e noite de autógrafos do livro De Mendigo e Andarilho a Bacharel de Direito. A obra é de autoria de Nalberto Vedovotto, advogado e profissional ligado ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e ao Serviço Social da Indústria. Ele é, também, coordenador do Projeto Social Instituto Criança Feliz.
A edição conta a história de Ivanilton Rodrigues Andrade, de 53 anos, que durante grande parte de sua existência comportou-se como mendigo, locomovendo-se freqüentemente de cidade em cidade, até dar uma guinada radical em sua vida e provocar uma grande mudança, transformando-se num dos mais aplicados e dedicados alunos do Curso de Direito do UniSALESIANO.
Vedovotto conta que teve a idéia de escrever o livro por ver no caso de Ivanilton um autêntico exemplo de perseverança, garra, luta e obstinação que merece o aplauso, a admiração e o reconhecimento de todas as pessoas.
O evento teve abertura solene presidida pelo Pe. Luigi Favero, Diretor Geral do UniSALESIANO, que falou na abertura. Ele saudou todos os presentes e, em especial, os acadêmicos de Direito que prestigiaram o acontecimento. Elogiou o autor, Nalberto Vedovotto, pela sensibilidade de retratar os percalços que Ivanilton enfrentou por grande parte de sua existência.
O Pe. Luigi disse que havia relido novamente partes do livro durante o dia e que viu na trajetória do homenageado a história de quem teve muitas dificuldades na vida, mas venceu. Citou trechos da Bíblia para fazer uma comparação com os problemas vivenciados pelo acadêmico. “Esta história mostra que sempre há uma luz e uma abertura que nos permitem sonhar e a acreditar”, comentou. Destacou que “a noite era de alegria e satisfação, porque Ivanilton está vencendo na vida”.
O autor do livro, Nalberto Vedovotto, fez agradecimentos a todos que o ajudaram na sua iniciativa, desde o UniSALESIANO, que concedeu uma bolsa de estudos, até empresas que patrocinaram custos e pessoas que atuaram como editores e revisores.
“O Pe. Luigi acolheu Ivanilton, o encaminhou para o primeiro estágio e o UnisALESIANO abriu as portas para esta festa”, disse. Dirigindo-se ao Diretor Geral, o autor lembrou que “Ivanilton está sentindo hoje o que é verdadeiramente ser um cidadão”. Agradeceu ao acadêmico por ter permitido que entrasse em sua vida, buscando informações para a obra.
Espelhando-se no esforço de Ivanilton, Vedovotto exortou a todos os presentes para que utilizassem seus talentos para ajudar o próximo. “Se não houver uma chance de fazer algo diferente, em benefício de alguém, a vida não tem significado”, mencionou. Lembrou que toda a renda auferida com a venda do livro será transferida para Ivanilton, para que ele conclua seus estudos e aspire a novos níveis de conhecimento.
Nalberto causou grande comoção ao citar que “quem sabe, daqui a algum tempo possamos escrever um novo livro, desta vez sobre um promotor de Justiça ou um Juiz de Direito”, prevendo o futuro do homenageado.
Ivanilton Rodrigues Andrade destacou, por sua vez, que “é preciso acreditar, pois se nós confiarmos em nossos sonhos e naquilo em que acreditamos nós chegaremos lá”. Disse que o livro é uma cópia fiel de tudo aquilo que viveu, comentando os momentos difíceis que passou junto a uma família desestruturada, onde via a cada dia sua vida esvair-se, abandonado e marginalizado pela sociedade.
“Graças a Deus fui abraçado por esta Instituição-Família”, citou, referindo-se ao UniSALESIANO, e agradeceu ao Pe. Luigi por ter acreditado nele. Foi aplaudido ao lembrar que “a maior riqueza que um ser humano tem é poder estudar e que agora a sua vontade é o de aprender cada vez mais”. Por último, fez um agradecimento à presidente da Casa do Bom Samaritano, por tê-lo acolhido quando era um mendigo e estava completamente entregue às ruas.
Retomando a palavra para encerrar o evento, o Pe. Luigi disse aos acadêmicos que eles haviam perdido uma aula normal, mas que também acabavam de ganhar uma aula magna, uma verdadeira demonstração de amor pela vida. Terminou enaltecendo a presença da família na vida de todos. “A nossa família com certeza não é perfeita, mas é a melhor que temos porque foi lá que Deus nos colocou.”