A acadêmica Karoliny de Lima Nardin, de 22 anos, do 9º termo do Curso de Psicologia do UniSALESIANO, publicou um artigo na revista internacional “EC Psychology and Psychiatry”, fruto de uma pesquisa que analisou os impactos do uso excessivo de telas na saúde mental e na qualidade de vida de trabalhadores.
O trabalho, desenvolvido sob orientação da professora Flávia Santiago e com a participação da Coordenadora do Curso, Profª. Mirella Martins Justi, surgiu a partir da expansão de uma pesquisa anterior, que focava nos efeitos das telas no público infantil. Com o avanço do trabalho remoto e híbrido, especialmente após a pandemia, as pesquisadoras perceberam que o tema também se tornava urgente na vida adulta.
“O esgotamento digital está diretamente ligado à sobrecarga de estímulos, à falta de limites claros entre vida pessoal e profissional e à constante conectividade. Diferente do burnout tradicional, ele pode ocorrer mesmo dentro de casa, provocando fadiga mental e emocional”, explica Flávia.
A pesquisa ouviu 70 pessoas, das quais 78% relataram trabalhar, em média, nove horas diárias em frente às telas, e 41% ainda acumulavam mais de cinco horas extras, ampliando a exposição. Esse comportamento impacta diretamente a saúde, resultando em exaustão, distúrbios do sono e falta de energia. Além disso, 61,4% dos participantes dormiam menos de sete horas por noite, abaixo do recomendado, o que acentua sintomas como cansaço, irritabilidade, dores de cabeça, insônia e dificuldade de concentração.
LIMITES
Karoliny observa que, além da carga horária, a dificuldade em estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal foi o fator que mais potencializou o desgaste físico e mental dos participantes. Ela também alerta que os jovens estão especialmente vulneráveis ao esgotamento digital, em função da hiperconectividade e da pressão constante por produtividade e presença nas redes sociais.
O estudo reforça a necessidade de conscientização sobre os impactos da hiperexposição às telas e incentiva práticas de autocuidado, como pausas, controle do tempo online e higiene do sono. Além disso, destaca a importância de que instituições e empresas promovam ambientes digitais mais saudáveis.
“Esse tipo de pesquisa é essencial tanto para fortalecer o cenário científico como para preparar nossos alunos para os desafios da vida profissional. Ela aproxima ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir socialmente”, afirma Flávia Santiago, que também destaca a intenção de dar continuidade ao estudo, incluindo outros grupos e fases do desenvolvimento.
Karoliny agradece o apoio da professora Flávia e da coordenadora Mirella, fundamentais para a realização do trabalho e a publicação do artigo, que representa uma contribuição importante no debate sobre saúde mental no contexto digital.