O docente dos Cursos de Engenharias do UniSALESIANO, Prof. Edval Rodrigues Viveiros, foi convidado pela equipe Astroyeast, da Columbia University, de Montreal (Canadá), para participar do desenvolvimento de um aparelho que simula um ambiente de microgravidade e possibilita a produção sustentável de recursos como fármacos e alimentos no espaço sideral.
O equipamento será inscrito na iGEM, uma competição mundial que oferece aos universitários a oportunidade de expandir os limites da biologia sintética, abordando questões cotidianas que o mundo enfrenta. A competição, marcada para acontecer em novembro deste ano, será promovida pela International Genetically Engineered Machine (iGEM) Foundation, de Massachusetts (EUA).
De acordo com Viveiros, a equipe da Columbia o procurou após ver no Youtube o vídeo de um projeto de iniciação científica e de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) do UniSALESIANO, que foi orientado por ele. “Para construir esse aparelho, o projeto passou pelas mãos de vários alunos dos cursos de Engenharias e também contou com o apoio de outros docente, como a Prof.ª Eliane Cervelati. No ano passado, um grupo de acadêmicos, sob minha orientação, conseguiu concluí-lo”, explicou.
Trata-se do “Clinostat”, um aparelho que tem por objetivo produzir, artificialmente, um ‘ambiente de microgravidade’, ou seja, o giro do equipamento produz um efeito de ‘força gravitacional’. O Clinostat será agregado ao trabalho que está sendo produzido pela equipe Astroyeast: uma plataforma baseada em levedura para P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), que funciona em condições de microgravidade e pode ser usada para bimanufaturar alimentos, combustíveis, materiais e medicamentos no espaço sideral.
De acordo com a descrição do projeto da Astroyeast, os avanços da biologia sintética possibilitam a produção sustentável desses recursos na Terra, mas, no espaço, a bioprodução tem se mostrado um desafio, pois a microgravidade induz mudanças globais nos perfis de expressão gênica, desencadeando uma resposta ao estresse nas células. Para resolver esse problema, a equipe do Canadá está desenvolvendo, então, uma cepa de levedura que é resistente à resposta ao estresse induzido por microgravidade.
Viveiros ressaltou que a equipe está focada em trabalhar com a levedura, pensando em desenvolver algum tipo de solução alimentar para possível povoação em Marte, já que há projeto de se povoar o Planeta Vermelho. “Para nós, é gratificante poder colaborar com projetos como esse. Estamos felizes e honrados com o convite”, concluiu o docente do UniSALESIANO.