O arquiteto e docente do Curso de Arquitetura do UniSALESIANO, Márcio Fontão, ao lado do também renomado arquiteto, Jean Reche, lançou, recentemente, o e-book “Prédios de Araçatuba”, que traz uma nova perspectiva sobre a arquitetura da cidade.
A trajetória para a realização deste projeto começou em 2021, quando a Secretaria de Cultura lançou um edital de seleção de projetos inéditos de publicação de livros. A proposta conjunta dos arquitetos foi a vencedora.
Em 2022, deram início à produção do e-book, que destaca 14 edifícios selecionados entre 30, abrangendo construções que datam desde os anos 1950 até 2018.best wigs for black women nfl pro shops jordan shoes online dallas cowboys adidas yeezy womens nike air max 270 womens custom jerseys wigs online custom uniforms custom jerseys new nike air max nfl jerseys cheap cheap wigs near me cheap jordan 4s custom basketball uniforms
De acordo com Márcio, o processo de pesquisa envolveu três etapas distintas. “Inicialmente, foram conduzidas análises bibliográficas nos acervos da Biblioteca Municipal. Na sequência, examinamos pranchas e desenhos nos setores de cadastro e engenharia da Prefeitura, a fim de descobrir informações sobre os autores e os anos de construção de cada prédio. O estágio final da pesquisa consistiu em visitas aos locais, permitindo interações com usuários, moradores e funcionários dos edifícios”, explicou.
O docente ressaltou que o enfoque do livro não se volta para aspectos históricos, mas sim para análises arquitetônicas. “Esse não é um levantamento histórico sobre a origem, as condições, o contexto e as circunstâncias. O que buscamos foi fazer uma modesta análise arquitetônica de exemplares de arquitetura de prédios em altura na cidade”.
O projeto “Prédios de Araçatuba” conta com o apoio da Prefeitura de Araçatuba, por meio da Secretaria de Cultura, do Fundo Municipal de Apoio à Cultura, do Conselho Municipal de Políticas Culturais e do Programa de Fomento à Cultura.
O Coordenador do Curso de Arquitetura do UniSALESIANO, Prof. Giuliano Pincerato, ressaltou que essa conquista reflete diretamente na formação dos alunos e na qualidade do corpo docente da Instituição.
“O sucesso no concurso é uma clara demonstração de como a formação acadêmica do Prof. Márcio, e também do Jean, bem como seu compromisso com a atualização constante, se refletem em oportunidades enriquecedoras para nossos alunos. O e-book planejado não apenas contribuirá para a preservação da história arquitetônica de Araçatuba, mas também servirá como uma ferramenta valiosa para a aprendizagem dos estudantes”, destacou.
O e-book pode ser acessado através do Instagram – @prediosdearacatuba
Confira, abaixo, uma entrevista com Márcio Fontão:
– O que os motivou a empreender nesse projeto?
– É muito importante que esse material arquitetônico da nossa cidade seja valorizado. O Jean, principalmente, por atuar dentro da área de patrimônio do município, estava muito interessado em reproduzir um modelo de livro que já existe em outras cidades, como São Paulo e Curitiba, que é um modelo onde alguns prédios altos são mapeados, catalogados. Enfim, tem um livro muito famoso, bastante conhecido, que é o Prédio de São Paulo, e foi um pouco da inspiração que eu acho que ele teve para produzir esse livro.
– Como foi processo de seleção dos edifícios que foram abordados no livro? Como chegaram à escolha dos 14 prédios selecionados?
– A primeira coisa que a gente fez foi identificar quais eram os edifícios altos da cidade, com mais de quatro, cinco pavimentos, e com elevador. Depois disso, a gente selecionou alguns que consideramos ter qualidades arquitetônicas. E aí, com certeza, foi uma escolha pouco subjetiva, porque a gente analisou aqueles que plasticamente eram interessantes.
– Quais foram as etapas de pesquisa e produção envolvidas na criação do e-book? Como vocês conseguiram informações e detalhes sobre esses prédios?
Pode parecer simples, mas é muito complicado fazer um e-book porque, basicamente, tem que haver sempre um acordo entre o design, o texto, as fotografias. Então, primeiro fizemos o levantamento iconográfico; fomos até a Prefeitura para recolher as imagens, recolher os desenhos dos edifícios que estavam lá, como plantas, cortes, elevações. Para saber, depois, quem é o autor dos dados dos edifícios, e o registro técnico. Segunda etapa foi o texto. Sentamos, escrevemos, revisamos, com o objetivo de apresentar as principais informações ligadas à arquitetura. Depois, a gente acompanhou o fotógrafo Filipe Cuini, que é formado em Arquitetura no UniSALESIANO, para registrar as imagens. A quarta etapa consistiu na produção do design e, por fim, foi feita, depois que tudo estava pronto, audiodescrição.
– O livro se concentra em uma análise arquitetônica dos prédios em altura de Araçatuba. Quais foram as características mais marcantes que vocês identificaram durante essa análise?
– Dá para perceber, por exemplo, diferenças estilísticas entre eles. O edifício Arbex, por exemplo, que é um dos primeiros ali na Praça Rui Barbosa, é um edifício que tem uma linguagem ardeco, dos anos 50. Não é o mesmo, por exemplo, dos edifícios feitos pelo Miguel Juliano, arquiteto que atuou no final dos anos 80 e começo dos anos 90. Tem também o Ouro Branco, o Pareol e o Manhattan, que são edifícios muito mais de uma linguagem do concreto armado, da estrutura de concreto, que a gente chama convencionalmente. Caracterizam-se como uma linguagem próxima do brutalismo, um movimento da arquitetura dos anos 60, 70, que tem esse apelo estrutural, esse apelo do material exposto. E, depois, a gente pode perceber outro movimento, como o New York Tower, de 2016, que é um edifício de escritórios, todo espelhado, revestido de vidro, que tem uma linguagem meio globalizada, de tentar ser um edifício que transmite essa ideia de tecnologia. Muito diferente, por exemplo, do Siran, que também é um edifício de escritório, mas é dos anos 70, 80, se eu não me engano. Então, olha como nesses 35 anos de diferença, a gente muda as nossas pretensões arquitetônicas. Isso não é à toa, é sempre uma tentativa. De tentar buscar um alinhamento com uma linguagem corrente no mundo.
– Qual é a importância de se valorizar a arquitetura local e os detalhes dos edifícios em uma cidade como Araçatuba?
– Tantos casos bons ajudam a gente a valorizar e reproduzir soluções, como os casos que não são tão bons ajudam a gente a tentar entender por que não são bons e como podem ser bons. Como a gente pode fazer algo melhor. E olhar para dentro, acho que é importante.
– Como você espera que o lançamento do e-book influencie a percepção das pessoas em relação à arquitetura dos prédios da cidade?
– Pode contribuir no sentido de chamar a atenção das pessoas para os aspectos que estão envolvidos dentro de um projeto de arquitetura. Quando alguém pensa num projeto arquitetônico, está pensando em muitas coisas, em sua implantação, em como aquele prédio vai estar no terreno, vai se relacionar com seus vizinhos, com o contexto, qual o impacto daquele prédio na cidade, qual é a materialidade daquele prédio, quanto vai gastar, de onde vem esse material, para onde vão estar as aberturas, as janelas, o quanto de sol vai ter nos ambientes, quais espaços eu quero que tenha sol e eu quero que não. Não tenha sol, como vai ser a distribuição interna, se vai ser mais segregada, se vai ser mais conectada, qual é o tipo de acabamento que eu vou utilizar, se eu vou utilizar acabamento, se vai ter paisagismo, não vai ter paisagismo, como vai ser o meu projeto de iluminação, se vai ter luz indireta, luz direta, se eu vou ter outras formas de janelas, se não as vezes quebra sol, proteção solar. Tudo isso são soluções que estão no universo da arquitetura e, muitas vezes, a gente não presta atenção, a gente acha que o trabalho da arquitetura é um trabalho fácil, um trabalho simples, é um desenhinho. Pelo contrário, a complexidade do trabalho do arquiteto envolve pensar em múltiplos fatores que precisam estar todos orquestrados, muito bem organizados para que a solução possa ser integralmente satisfatória.