O dia iniciou-se com o café e, logo após, os jovens voluntários se reuniram no pátio central da casa Salesiana – a Praça dos Mártires, onde o cacique José Maro explicou para os universitários um pouco sobre a história dos Bororos.
Disse, em especial, que o chão em que pisamos é terra santa, referindo-se aos mártires que doaram sua vida: Pe. Rodolfo Lukenbein e Índio Simão.
Contou detalhadamente o momento em que aconteceu o martírio, dizendo também que tinha oito anos quando o fato aconteceu e a aldeia toda escutou os tiros nesse momento.
“Foi um momento em que o sangue Bororo se uniu ao sangue Salesiano”.
Falou sobre as famílias da aldeia. São cerca de 380 indígenas nas terras de Meruri e muitos falam: “Se tirarem os salesianos daqui nós também sairemos, pois, os salesianos respeitam a cultura e transmitem essa segurança e presença de Deus”.
O cacique encerrou sua fala fazendo a oração do “Pai Nosso” em língua Bororo e pediu para que os jovens levem para suas casas esse testemunho de vida e de entrega do Pe. Rodolfo e Índio Simão e também do povo de Meruri.
O Pe. Andelson tomou a palavra pedindo para que se valorize muito a identidade.
”Vocês, vindo aqui hoje, conhecendo a cultura, os costumes e as tradições, são como uma semente que brota no coração, os tornando mais solidários com os pequenos e oprimidos”.
Agradeceu a presença dos jovens: “Bem-vindos a terra amada”, e disse: “Essa terra e toda a jornada dessa terra salesiana foi marcada pelos mártires”.
Acrescentou que “Pe. Rodolfo morreu com sede, sede de que o povo bororo tenha seus direitos e suas terras preservados”.
Na visita ao museu histórico dos bororos, os universitários conheceram todos os objetos que o povo de Meruri utiliza em seus rituais e caças. Foi explicado o significado de cada objeto e, após, os alunos puderam tirar fotos e ter acesso à biblioteca com documentos e imagens do povo e seus costumes.
Na visita à escola “Sagrado Coração de Jesus”, localizada ao fundo da casa salesiana, os universitários puderam conhecer as salas de aula e as atividades que são desenvolvidas pelas próprias crianças.
No cemitério, os alunos visitaram os túmulos dos mártires “Pe. Rodolfo e Simão Bororo” e rezaram por suas beatificações.
Diante do túmulo do Pe Rodolfo, Pe. Andelson partilhou: “Aquilo que plantamos é o que colhemos e o Pe. Rodolfo sempre buscou plantar o amor por essa terra e os que aqui vivem”.
No período da tarde, os jovens do UniSALESIANO se dividiram. Enquanto uns pintavam os seus rostos, outros preparavam o Oratório Festivo com atividades esportivas como futebol, voleibol, queimada, pingue-pongue, pula-corda, entre outras brincadeiras com as crianças e adolescentes da aldeia.
Houve um momento de apresentação cultural dos bororos, onde eles dançaram conduzidos pelo Ancião da aldeia. Os alunos também tiveram a oportunidade de participar desse momento rico e aprender alguns passos e movimentos da dança.
Os acadêmicos preparam uma surpresa para os Bororos e entregaram as doações de roupas, sapatos, agasalhos e brinquedos arrecadados durante o período de preparo para viagem, encerrando assim o primeiro dia de trabalho.