Acadêmicos do 8º semestre do Curso de Medicina do UniSALESIANO estão desenvolvendo aplicativos focados na gestão e na mudança de rotina nos serviços de saúde. Esses projetos têm como objetivo principal intervir positivamente nos processos de cuidado e, consequentemente, ampliar a qualidade dos serviços oferecidos.

Toda a construção dessas ideias está sendo feita dentro da disciplina IESC 8 – Interação Ensino em Saúde na Comunidade, ministrada pela docente Lucila Bistaffa. “Esses projetos demonstram um compromisso com a melhoria contínua do trabalho na saúde. Visam resolver problemas específicos encontrados durantes os estágios e também oferecem soluções práticas que podem ser implementadas para melhorar a qualidade do cuidado oferecido aos pacientes”, explicou a docente.

A IESC é uma disciplina transversal, que dura oito semestres e está sob a supervisão do médico Ângelo Jacomossi. Segundo ele, no 8º semestre, os acadêmicos precisam construir um projeto com base na relevância e inovação, pensando sempre na ampliação da qualidade do atendimento público de saúde.

Dentre os projetos apresentados na disciplina, há um total de 50. No caso do grupo liderado pelos acadêmicos Eduardo Augusto de Souza Peres, Fábio Barreto Sabatin de Oliveira, Juliana Akemi Dornellas Tokunaga, Samuel da Cunha Sanches, Suzanny Akemi Badaró Toriy, foi desenvolvido o aplicativo “Modo de Uso”, que é pioneiro e inovador. Ele foi concebido para solucionar problemas de adesão medicamentosa, que incluem a perda de receitas e a confusão sobre como tomar os medicamentos.

MEDICAMENTOS

“O ‘Modo de Uso’ não só auxilia os pacientes, com alarmes e lembretes, mas também facilita a vida dos médicos, permitindo que as prescrições sejam facilmente acessíveis e compreendidas pelos pacientes”, explica Suzanny, ao ressaltar que o aplicativo integra informações sobre os medicamentos disponibilizados pela farmácia popular e pelas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), ajudando a reduzir os problemas de dispensação e melhorando a logística de distribuição de medicamentos.

Outro grupo, composto por Raphael Luis Medeiro Moreira, Fernanda da Rocha Ceccatto, Luna Pereira Alves, Maria Carolina Linjardi e Gabriela Carvalho, focou seus esforços em um projeto para melhorar o diagnóstico e tratamento de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) na Atenção Primária. “Nosso objetivo é evitar que todos os pacientes com suspeita de TDAH sejam encaminhados para neurologistas ou psiquiatras, o que prolonga o tempo de espera e atrasa o início do tratamento”, destaca Raphael.

O projeto propõe que o diagnóstico clínico de TDAH seja realizado por médicos da ESF (Estratégia Saúde da Família), que são capacitados para esse fim. Além disso, o grupo planeja fornecer ferramentas como o Snap4, um instrumento usado para o diagnóstico de TDAH, para familiarizar os médicos da Atenção Primária com o processo de diagnóstico.

Um outro exemplo, do grupo formado por Carlos Weber Ortega Sanches Junior, Caio Gabriel Gonçalves da Silva, João Moraes Neto, Matheus Aguiar Pereira de Moraes e Geraldo de Miranda Neto, é o projeto focado no atendimento de crianças com suspeita de TEA (Transtorno do Espectro Autista). O objetivo é estabelecer um fluxo de atendimento, diagnóstico e encaminhamento para aumentar a eficácia no diagnóstico precoce e otimizar o atendimento dessas crianças no município de Araçatuba.

Já o grupo de acadêmicos formado por Cayhe Ryu Kubo Suguimoto, Gabriel Baggio Sposito, Giovana Franciely dos Santos Pereira, Giovana Marini Jordão e José Guilherme Batista Pinto, lançou um site dedicado ao manejo do Pé Diabético na Atenção Básica. “Nossa missão é melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes, oferecendo recursos práticos, informações educativas e apoio especializado para prevenir e gerenciar o pé diabético. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável e livre de complicações”, explicou Giovana.

Segundo ela, o site (https://alunosiesct4.wixsite.com/iesc-viii) tem o potencial de revolucionar a maneira como os profissionais de saúde lidam com o Pé Diabético, tornando-os mais aptos a prevenir complicações graves e a melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Estamos ansiosos para compartilhar mais detalhes sobre nosso projeto e receber feedback valioso da comunidade médica. Juntos, podemos fazer a diferença no tratamento do Pé Diabético e na vida daqueles que enfrentam essa condição desafiadora”, completou a acadêmica.

“Os projetos desenvolvidos pelos nossos alunos serão apresentados aos municípios que fazem parte do DRS-2, o Departamento Regional de Saúde de Araçatuba, órgão da Secretaria de Estado da Saúde. Dessa forma, é possível que sejam implantados no SUS (Sistema Único de Saúde, caso haja interesse dos gestores”, anunciou Lucila.

Para o Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação, Prof. André Ornellas, o desenvolvimento desses projetos representa um passo significativo em direção à inovação e eficiência na área da saúde. “Aprimoram o atendimento aos pacientes ao mesmo tempo que contribuem para a formação de profissionais altamente capacitados e para o avanço do conhecimento científico”, concluiu.