Um gesto coletivo de cuidado, solidariedade e compromisso com o futuro marcou a manhã do dia 13 de dezembro, no Auditório Papa Francisco, no UniSALESIANO. Famílias e crianças — inspiração central do projeto — participaram da solenidade de encerramento do Mutirão Oftalmológico de Araçatuba, iniciativa que beneficiou 145 alunos da rede municipal com a entrega gratuita de óculos, promovendo mais qualidade de vida, inclusão e melhores condições de aprendizagem.

A cerimônia contou com a presença do Reitor do UniSALESIANO, Pe. Paulo Vendrame; do Pró-Reitor de Pastoral, Pe. Paulo Jácomo; do Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação, Prof. André Ornellas, do prefeito de Araçatuba, Lucas Zanatta; dos vereadores Hideto Honda e Fernando Fabris, autor da Lei Municipal nº 8.887/2025, que instituiu o mutirão; do secretário municipal de Saúde, Dr. Daniel Martins Ferreira; da presidente do Fundo Social, Lenice Freitas; do Coordenador do Curso de Medicina, Dr. Antônio Poletto; além de médicos, professores, acadêmicos e representantes das empresas parceiras.

Idealizador do projeto, o vereador Fernando Fabris destacou que o dia foi especialmente dedicado às crianças e celebrou o empenho conjunto que tornou a ação possível. Ele agradeceu ao UniSALESIANO, aos 13 médicos oftalmologistas voluntários e às Indústrias Perego, responsáveis pela doação integral das armações e lentes. “Foi um trabalho de muito esforço e união. Cada parceiro teve um papel fundamental para que esse projeto saísse do papel e chegasse até essas famílias”, afirmou.

O prefeito Lucas Zanatta ressaltou que a proposta apresentada no início do ano representava algo maior do que uma ação pontual. “Projetos como esse deixam um legado. Mandatos passam, mas o impacto positivo na vida das crianças permanece. Quando encontramos parceiros comprometidos, com propósito e credibilidade, conseguimos transformar realidades”, declarou, parabenizando o vereador pela dedicação e agradecendo ao UniSALESIANO, aos médicos e a todos os envolvidos.

O Coordenador do Curso de Medicina, Dr. Antônio Poletto, reforçou que a vocação do curso é servir à comunidade. Segundo ele, o projeto envolveu diretamente 62 acadêmicos e 19 professores, sob a liderança do professor e oftalmologista Rogério Shinsato, orientador da Liga Acadêmica de Oftalmologia. “Foi uma experiência completa, com começo, meio e fim, que uniu formação acadêmica e responsabilidade social. Somos gratos por fazer parte dessa iniciativa”, afirmou.

Em sua fala, o Reitor do UniSALESIANO, Pe. Paulo Vendrame, destacou o compromisso da instituição com as famílias e com a formação humana. Ele recordou a inspiração salesiana de Dom Bosco, que dedicou sua vida às crianças e aos jovens, e relacionou o simbolismo da data à celebração de Santa Luzia, padroeira da visão. “Que essas crianças sejam iluminadas para olhar o futuro com esperança, e que os pais sigam cuidando para que cresçam como luz no mundo”, desejou, agradecendo também aos parceiros.

Representando os médicos voluntários, o professor Rogério Shinsato enfatizou que a união foi o fator decisivo para o sucesso da ação. “Sozinhos não fazemos nada. A solidariedade é o que mais nos aproxima de Deus e o que realmente transforma o mundo”, afirmou.

O Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação do UniSALESIANO, Prof. André Ornellas, reforçou o papel da educação que vai além da sala de aula. “A pastoral e a formação universitária nos convidam ao cuidado com as pessoas, com a vida e com a cidadania. Quando nossos alunos entram em contato direto com a realidade social, todos aprendem e se transformam”, destacou.

TRIAGEM
O Mutirão Oftalmológico começou com a triagem de mais de 1.700 alunos do 1º ano da rede municipal, realizada pelo Curso de Medicina do UniSALESIANO e pela Liga Acadêmica de Oftalmologia. Na sequência, 310 consultas especializadas foram realizadas por uma rede de médicos oftalmologistas voluntários, composta pelos doutores: Adalberto Santiago, Catarina Carvalho, Caroline Fornari, Celina Yoshie, Celso Ceolin, Denise Miyashita, Fabrício Braga, Felipe Madrid, Jean Coutinho, Joelma Mamprim, José Carlos, Lucas Barão e Rogério Shinsato.

As avaliações resultaram na prescrição de 145 óculos, incluindo diagnósticos graves, como o de uma criança com mais de 12 graus de miopia em ambos os olhos, condição que inviabilizaria o aprendizado sem correção adequada.

Relatos de professores e familiares evidenciaram que muitas dificuldades escolares estavam relacionadas à baixa visão. Com a correção visual, a expectativa é de melhora significativa no desempenho escolar, na autoestima e na qualidade de vida das crianças atendidas.

Viabilizado sem uso de recursos públicos, o projeto é fruto da articulação entre poder público, instituição de ensino, profissionais da saúde e iniciativa privada. Para Fernando Fabris, investir na saúde visual das crianças é investir no futuro. “Essas 145 crianças vão, literalmente, ver o mundo de outra forma”, frisou.

IMPACTO
Entre as histórias transformadas pelo Mutirão Oftalmológico está a da pequena Radja Olher Inácio, de 7 anos, filha da cuidadora de idosos, Adriana dos Santos Olher Inácio. A mãe contou que o problema de visão da criança foi identificado recentemente e que a dificuldade já começava a interferir no dia a dia escolar.

Ela destacou que a iniciativa trouxe alívio, esperança e mais tranquilidade para a família. “Esse projeto chegou na hora certa. Saber que minha filha vai enxergar melhor, aprender melhor e ter mais qualidade de vida não tem preço. Sou muito grata a todos que se uniram para fazer isso acontecer, porque não é só um óculos, é o futuro dela que está sendo cuidado.”

Adriana também ressaltou a importância do atendimento humanizado e do acolhimento às famílias. “Fomos muito bem recebidos, explicaram tudo com carinho. A gente sai daqui com o coração cheio de gratidão.”