De modo geral, as metodologias ativas buscam estimular a participação dos alunos, colocando-os como protagonistas na construção de seu próprio conhecimento. Além disso, educa para o trabalho em equipes e desenvolve uma aprendizagem menos passiva e mais interativa.
O TBL iniciou-se fora da sala de aula. Os alunos foram orientados a estudarem os textos e demais materiais de aula fornecidos pela professora; esse material foi disponibilizado aos alunos com uma semana de antecedência. Os alunos precisaram estudar esse material, já que, em sala de aula, foram desafiados individualmente e em equipe.
Em sala de aula, a sessão começou com uma atividade individual. Cada aluno foi submetido a dez testes, e foram orientados a marcarem suas opções de respostas em uma filipeta. Cada questão valia quatro pontos, e o aluno deveria especificar quatro pontos em cada linha. Se ele estivesse absolutamente seguro de sua resposta, deveria marcar quatro pontos na alternativa escolhida – ou A, ou B, ou C, ou D, ou E. Se estivesse com dúvidas, deveria distribuir os quatro pontos entre as alternativas, de forma que o total de cada linha não ultrapassasse os quatro pontos.
Após essa sessão, iniciou-se a atividade em equipe. A professora foi quem distribuiu os alunos em equipes, sempre prezando para desfazer as típicas “panelinhas” que se formam no decorrer do tempo. Assim, todos foram estimulados a se integrarem e a colaborarem com colegas com os quais não formariam times em outras situações.
Em equipe, os alunos rediscutiram cada questão, justificando uns para os outros porque escolheram determinada alternativa. Em sua defesa, cada aluno mobilizou diferentes recursos de comunicação, com o objetivo de se fazer entender e convencer seus colegas de sua resposta. Toda essa discussão foi democrática, de forma que todos puderam argumentar, muito embora nem sempre fosse possível alcançar um consenso. A resposta que a maioria dos membros da equipe decidiu foi a raspada no gabarito.
Aqui entrou um gabarito especial, a raspadinha. Foi utilizada uma raspadinha caseira, confeccionada com papel, papel adesivo, papel cartão, tinta guache e detergente, cujo tutorial é facilmente encontrado na internet.
Segundo a professora Marisa Barbosa, são várias as vantagens de utilizar o TBL. “Os alunos ficam mais propensos a leituras prévias; mostram-se mais motivados a buscarem novas fontes de informações; aprendem a trabalhar em times, de forma a respeitar opiniões diferentes; mobilizam habilidades e competências comunicacionais, para que possam convencer os seus pares; desenvolvem uma aprendizagem ativa, já que, o tempo todo, são provocados a emitirem suas opiniões, suas ideias, seus argumentos. Além disso, os alunos se divertem enquanto aprendem a aprender.” E completou: “com a utilização das metodologias ativas, as aulas deixam de ser centradas no professor. Ele passa a ser aquele que orienta o processo de construção de saberes, direcionando e auxiliando os alunos na busca de conteúdos.”
Na avaliação dos alunos, a atividade foi, além de divertida, instigante, envolvente e com alto nível de aproveitamento dos conteúdos.